Calor excessivo pode causar problemas graves de saúde

Calor excessivo pode causar problemas graves de saúde

Nos últimos anos, as ondas de calor têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil. O aumento anormal das temperaturas, em comparação às máximas consideradas normais, é resultado de uma série de eventos climáticos extremos no planeta, que elevam a questão das mudanças climáticas a um nível de destaque ainda maior.

O problema, além de causar graves consequências ambientais, econômicas e sociais, é um risco importante à saúde da população. O calor excessivo pode ocasionar desidratação, exaustão, fraqueza, tontura, dor de cabeça, queda de pressão, problemas cardiovasculares, o agravamento de doenças respiratórias, cãibras, problemas de pele, como assaduras, brotoejas e insolação.

“A insolação, também chamada de golpe de calor, é uma condição grave causada pela exposição excessiva ao calor e à radiação solar, quando o corpo não consegue mais regular sua temperatura. Isso faz com que a temperatura corporal ultrapasse 40°C, podendo levar a danos cerebrais, falência de órgãos e até morte se não tratada rapidamente, explica o médico emergencista, cardiologista e professor do IDOMED, Leandro da Silva Elias.

O calor excessivo pode sobrecarregar o coração e o sistema circulatório, aumentando o risco de complicações cardiovasculares. “O corpo precisa trabalhar mais para dissipar o calor e manter a temperatura estável. Os principais efeitos incluem aumento da frequência cardíaca, queda da pressão arterial, desidratação e desequilíbrio de eletrólitos, maior esforço cardíaco e aumento do risco de coágulos e AVC”, ressalta.

O médico alerta que os mais vulneráveis são os idosos, crianças, bebês e pessoas com doenças crônicas. Pessoas que trabalham diretamente no sol, atletas, obesos, pessoas que fazem uso de drogas e álcool e pessoas em situação de rua. Porém, todos devem cuidar da hidratação e se proteger do calor.

Para evitar problemas de saúde causados pelo calor excessivo, é fundamental adotar algumas medidas de prevenção e proteção. Manter uma hidratação adequada é essencial, bebendo muita água ao longo do dia, mesmo sem sede, e consumindo sucos naturais, água de coco e isotônicos para repor eletrólitos.

É importante evitar álcool, café e refrigerantes, pois podem desidratar o corpo. Além disso, deve-se evitar a exposição ao sol nos horários mais quentes, preferindo ficar na sombra ou em locais arejados entre 10h e 16h. Se for necessário sair, recomenda-se o uso de chapéu, óculos de sol e roupas leves e claras.

Manter ambientes frescos também é crucial. Fechar cortinas e janelas durante o dia e abrir à noite para ventilar, tomar banhos frescos para ajudar a baixar a temperatura corporal e usar ventiladores ou ar-condicionado, se possível, são medidas recomendadas. A alimentação deve ser leve e refrescante, com preferência por frutas, verduras e alimentos ricos em água, como melancia, pepino e laranja. Evitar comidas pesadas e muito quentes, que aumentam a temperatura do corpo, também é aconselhável.

Além disso, é importante evitar esforço físico em horários quentes, escolhendo o início da manhã ou o final da tarde para se exercitar, e hidratar-se antes, durante e depois da atividade. Ficar atento aos sinais de alerta, como tontura, fraqueza, dor de cabeça, náuseas, pele quente e seca ou suor excessivo, é essencial, pois podem indicar exaustão pelo calor ou insolação. Em casos de confusão mental, desmaio ou febre alta, deve-se procurar ajuda médica imediatamente.

Aumento dos níveis de ansiedade no calor exigem medidas preventivas

A onda de calor também tem provocado casos de ansiedade na população, conforme destaca o psicólogo Fabrício Otoboni, coordenador do curso de Psicologia da Wyden. O estresse térmico causado pelas altas temperaturas não só provoca desconforto físico e noites mal dormidas, mas também compromete a eficiência do cortisol, hormônio que regula a ansiedade.

Esse cenário, aliado à falta de informação sobre a relação entre o clima e a saúde mental, cria um ambiente propício para o aumento da ansiedade. "As altas temperaturas têm um impacto significativo na nossa saúde mental, aumentando os níveis de ansiedade, especialmente em pessoas predispostas. É fundamental que todos estejam cientes dessa relação e tomem medidas para se proteger, como se manter hidratado e evitar a exposição prolongada ao calor. Em casos mais graves, a busca por ajuda profissional é essencial para garantir o bem-estar mental", encerra o professor.

 



Autor(a): Rosiley Souza



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