A Capital se prepara para receber um dos momentos mais aguardados do TUM Festival: a Conferência TUM, que acontece de 14 a 16 de novembro, na Casa TUM, hub criativo de música e inovação recentemente inaugurado

A iniciativa reunirá players da indústria da música, como selos, editoras, gravadoras, veículos, curadores e programadores musicais, assim como artistas, produtores e técnicos. 

A Conferência ocupará diferentes espaços da Casa TUM, com painéis, oficinas, palestras e showcases. O Bugio Bar e a Galeria Lama também receberão showcases. Com entrada gratuita e inscrições pelo site do evento, o encontro é um  ambiente de aprendizado, networking e troca de experiências.

Integração regional: Entre os destaques desta edição está a parceria com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que participa com uma delegação de cinco artistas gaúchos, com showcases e diálogos sobre mercado, além da presença de Adriana Sperandir, diretora do Departamento de Artes e Economia Criativa da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), e Juliana Sueli Sehn, coordenadora do RS Criativo, programa vinculado à Sedac que estimula o desenvolvimento da economia criativa e fortalece o ecossistema cultural gaúcho por meio de políticas públicas, capacitação e fomento à inovação no setor.

“Essa aproximação reforça o compromisso do TUM em criar pontes entre estados vizinhos e dar visibilidade à produção musical do Sul do país, promovendo integração e novas oportunidades para artistas e agentes culturais da região,” observa Ivanna Tolotti, idealizadora e diretora-geral do projeto.

A Conferência também marca uma parceria com a ABMI (Associação Brasileira da Música Independente), entidade nacional que atua na defesa, no fortalecimento e na internacionalização da música independente brasileira. A associação é responsável por 50% da programação da conferência. Além de fortalecer o evento com a sua presença institucional, contribui para promover parcerias profissionais.

“A ABMI vem ampliando sua atuação para fora do eixo Rio–São Paulo, em linha com nosso plano de ação. E quando o assunto é feira musical no Sul do Brasil, fala-se em TUM Festival. Não podíamos ficar de fora. É um prazer apoiar um evento com tantas palestras e players relevantes da cena,” diz Vitor Soares, produtor da ABMI.

Personalidades como a cantora holandesa Marian Doroth, que traz sua sonoridade marcada por influências do jazz e da música eletrônica, e o compositor e produtor carioca Marcos Souza, referência na criação de trilhas sonoras e música para games, além de pesquisador da intersecção entre arte e tecnologia, integram a programação do hub de conexões.

Debate cultural: Abrindo a Conferência TUM, o painel “A importância das leis de incentivo para a classe artística” propõe uma reflexão sobre os caminhos e desafios das políticas públicas de fomento à cultura no Brasil. Mediado por Val Becker, reunirá  Juliana Sueli Sehn e Adriana Sperandir, representantes da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac), para discutir o papel das leis de incentivo como ferramentas fundamentais na consolidação de projetos culturais sustentáveis e na valorização dos profissionais da arte.

A conversa abordará temas como os impactos das políticas de incentivo na economia criativa, a ampliação do acesso aos recursos públicos e a importância da articulação entre governos, artistas e produtores culturais.

Criação coletiva: Os dias seguintes aprofundam temáticas essenciais para o desenvolvimento da indústria, como licenciamento musical, regravações, cadeia produtiva da música e estratégias de divulgação para rádios e playlists. Contará, entre outros, com os convidados Bruna Campos (Rede Pura Editora), Marcos Souza (Orquestra Petrobras Sinfônica), Val Becker (Rádio Graviola), Carlos Badia, Felipe Llerena (ABMI),Yanna (Sedac).

Haverá, ainda, laboratórios de composição e encontros com profissionais de renome da indústria brasileira da música.

As noites encerram com shows de artistas do Brasil e do exterior, como Negra Jaque, Andrea Perrone, Adriana de Los Santos, Kako Xavier, Mariandoro, Guinha Ramires e Yanna.

“A Conferência é onde a música se encontra com o mercado e a formação para gerar oportunidades e fortalecer quem faz a arte acontecer”, afirma Ivanna Tolotti.

Celebração musical: O início da oitava edição do TUM Festival 2025 aconteceu no sábado (8/11) em grande estilo no Boulevard 14/32 do Floripa Airport. O local ficou tomado pelo público que conferiu o show “Boca Cheia de Frutas”, de João Bosco Quinteto, embaixador oficial do festival. A abertura ficou a cargo do cantor e compositor blumenauense John Mueller.

Em uma apresentação marcante, João Bosco revisitou clássicos e apresentou novas composições, emocionando com sua voz inconfundível e banda formada por Ricardo Silveira, Kiko Freitas e Guto Wirtti, com participação especial do pianista Cristóvão Bastos.

“É uma alegria enorme voltar a Florianópolis e fazer parte dessa história tão bonita. O TUM celebra a música em sua essência, abre espaço para o novo sem esquecer das raízes. Ser embaixador e poder tocar mais uma vez aqui é uma honra — é como reencontrar uma casa cheia de afeto, criatividade e som”, disse o artista.

Na véspera, o festival inaugurou a Casa TUM – A Casa da Música. Localizada em um prédio histórico no Centro de Florianópolis, a Casa foi apresentada em uma noite especial para convidados e abriu ao público na sexta-feira (7/11) com um show intimista de Kiko Freitas, Ricardo Silveira e Guto Wirtti, músicos da banda de João Bosco.

A Casa TUM nasce como uma extensão viva do festival, projetada para funcionar durante todo o ano com uma agenda que inclui shows, palestras, residências artísticas, lançamentos de discos e mentorias. O espaço mistura o charme do passado com a estética contemporânea: o piso de mármore original foi restaurado, e o ambiente transporta o visitante para o backstage de um show, com iluminação cênica, projeções mapeadas e decoração feita de instrumentos musicais.

O cardápio, assinado pelo chef Leonardo Goulart, combina sabores de boteco com opções veganas e vegetarianas, e a Heineken é parceira oficial do projeto, reforçando a proposta de unir cultura e experiência sensorial.

Circuito sonoro: O festival segue até 23 de novembro, com uma vasta programação gratuita voltada à música, inovação e economia criativa. As ações se espalham pela cidade em quatro palcos que traduzem sua essência de diversidade, inclusão e pertencimento: o Boulevard 14/32, no Sul da Ilha; e, no Centro-Leste, o bar Bugio, a Galeria Lama e a Casa TUM.

As próximas semanas serão marcadas por grandes apresentações, incluindo dois concertos inéditos da Orquestra Petrobras Sinfônica, nos dias 22 e 23 de novembro, no Boulevard 14/32 do Floripa Airport: Multiplayer, dedicado às trilhas sonoras de games, e Na Trilha do Rock, com clássicos do gênero.

Autor(a): Rosiley Souza