
Excesso de Telas: Alerta do Dr. Felipe Becker sobre os Riscos à Saúde Mental Infantil
O psiquiatra Dr. Felipe Becker, especialista em infância e adolescência, tem emitido um alerta importante: o uso excessivo de telas por crianças e adolescentes está diretamente relacionado a prejuízos significativos no sono, nas emoções e no desenvolvimento neurológico. Em uma era digital onde o acesso a celulares, tablets, computadores e televisores é praticamente inevitável, o especialista convida pais, educadores e profissionais da saúde a uma reflexão urgente sobre os efeitos dessa exposição prolongada.
De acordo com Dr. Becker, o cérebro em desenvolvimento é altamente sensível aos estímulos visuais e auditivos proporcionados pelas telas. Quando essa exposição é frequente e desregulada, especialmente no período noturno, há uma disfunção no ciclo do sono, o que afeta diretamente o equilíbrio hormonal, a capacidade de concentração, o controle emocional e até o rendimento escolar. “O uso noturno de celulares, com a luz azul próxima ao rosto da criança, desregula a produção de melatonina, atrapalha o sono e interfere no humor do dia seguinte”, explica o psiquiatra.
Mais do que uma questão de hábito, o uso excessivo de telas se tornou um fator de risco para o desenvolvimento emocional saudável. Crianças que passam muitas horas diante das telas tendem a apresentar maior irritabilidade, ansiedade, impulsividade e até sintomas depressivos. Além disso, o tempo dedicado às telas normalmente substitui momentos essenciais para o crescimento infantil, como o brincar ao ar livre, a convivência familiar, a leitura e o sono de qualidade.
Dr. Becker também aponta que há uma falsa sensação de conexão proporcionada pelas redes sociais e jogos online. “A criança e o adolescente estão cada vez mais conectados, mas cada vez menos presentes. Isso gera um sentimento de vazio e isolamento que não é percebido de imediato, mas que se acumula com o tempo”, alerta. Segundo ele, o acesso irrestrito à internet também expõe os jovens a conteúdos inapropriados, além de favorecer comportamentos compulsivos, como a dependência de jogos ou de aprovação digital.
Para o especialista, limitar o uso de telas não é apenas uma recomendação técnica, mas um ato de cuidado e responsabilidade dos adultos. Ele sugere que famílias estabeleçam rotinas sem telas ao menos duas horas antes de dormir, promovam momentos de interação olho no olho e incentivem atividades que estimulem o corpo e a mente de forma natural. “É urgente que pais e educadores discutam o tema com seriedade. Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de entender que o equilíbrio é fundamental para proteger a saúde mental dos jovens”, afirma.
Diante de um cenário em que a infância está sendo moldada por algoritmos e notificações, a fala de Dr. Felipe Becker reforça a importância de reconectar as crianças com o mundo real — feito de emoções verdadeiras, vínculos profundos e experiências concretas. A consciência e o exemplo dos adultos são as maiores ferramentas para construir uma infância mais saudável e humana.
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