Marcas precursoras no mercado como a Orit comemoram o bom momento e desse formato de venda

A moda de luxo secondhand está se tornando cada vez mais próxima do consumidor, principalmente com lojas de origem online chegando às lojas físicas. Um dos anúncios que agitou o mercado recentemente foi a chegada da marca Troca de Luxo - dos sócios Juliana Lucki, Andor Ascer, Luciana Lerner e Fabiana Justus - a um espaço no coração da avenida Faria Lima, em São Paulo, local conhecido por circular a economia, administrado por diversas gestoras de investimentos.
 

Nesses locais, itens como bolsas, relógios, sapatos, joias e acessórios de luxo de segunda mão ganham cada vez mais espaço privilegiado nas prateleiras físicas.
 

Mas esse não é o primeiro movimento feito por empresas focadas neste tipo de business. Além dela, marcas precursoras da venda de itens de luxo de segunda mão com certificação marcam presença como Troc, Gringa, Orit e celebram o bom momento do mercado.
 

Segundo Ana Toledo, Gerente de Produto da Orit - empresa especializada na venda de joias e relógios secondhand há mais de 60 anos, que possui lojas físicas desde 1958, a experiência de mostrar aos consumidores a joia como ela é de perto cria uma conexão importante para a venda. A experiência do cliente ainda é, indiscutivelmente, mais alta no comércio físico, comparado ao e-commerce. Isso tem, como consequência, uma fidelização muito mais eficiente.
 

A marca possui duas lojas físicas em São Paulo e fez o movimento contrário: seu e-commerce nasceu há bem menos tempo: durante a pandemia. Online e presencialmente são vendidas peças a partir de R$ 100, até itens raros de coleções que hoje são extremamente valorizadas no mercado.
 

Na Orit, as peças passam por um processo interno de autenticidade e cuidado. “Temos uma equipe especializada em garantir a autenticidade de cada peça que entra para o portfólio da Orit. Após esse trabalho, ela passa por um processo de manutenção, garantindo suas características originais, deixando-a como uma peça nova para chegar às mãos dos novos donos”.
 

Mercado de bilhões
 

O mercado de peças de luxo secondhand já movimenta cifras astronômicas no Brasil. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo, o volume de vendas em brechós de luxo deve crescer 30% até o final de 2022. No ano passado, o faturamento do setor ficou em R$ 2,9 bilhões.
 

Globalmente, no mercado de moda, um estudo feito pelo e-commerce ThredUp, um dos maiores do mundo, apontou que 36 milhões de pessoas adquiriram o hábito de comprar peças secondhand. De acordo com projeções da pesquisa, é previsto que US$ 77 bilhões de dólares sejam movimentados neste mercado até 2025, com os consumidores mirando compras de maior valor agregado.
 

E lá fora, os cases de sucesso de lojas especializadas que levaram os produtos do e-commerce para as lojas físicas não param de aumentar. Um deles é a TheRealReal, plataforma online de compra e venda de marcas de luxo, que foi fundada em 2011 e hoje conta com capital aberto na bolsa Nasdaq, três lojas físicas em Nova York e Los Angeles, além de mais 11 escritórios de consignação espalhados pelos Estados Unidos. Com o mantra “by well, make well, re-sell”, incentiva o conceito de economia circular e fala diretamente com as gerações de novos consumidores que estão em busca de trazer a sustentabilidade para o seu estilo de vida.